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A Rede

A Katahirine – Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas surge com o objetivo de criarmos um espaço coletivo para fortalecer e visibilizar a produção audiovisual das mulheres indígenas do Brasil e América Latina. Como primeira iniciativa de mapeamento do cinema indígena feminino no Brasil, desejamos que esta seja uma importante ferramenta de conhecimento e divulgação sobre o cinema realizado por nós, mulheres indígenas, além de uma fonte de dados para pesquisas e acessos públicos. Um espaço com foco no protagonismo das mulheres indígenas,  na agência e no papel político em nossos contextos, dentro e fora das aldeias: agimos nas tomadas de decisões e gestão de recursos de realizações audiovisuais e criamos de acordo com nossas concepções de mundo e de vida. 

Katahirine é uma palavra da etnia Manchineri que significa constelação. Assim como o próprio nome sugere, Katahirine é a pluralidade, conexão e a união de mulheres diversas que se apoiam e promovem mulheres indígenas no audiovisual brasileiro. Trata-se de uma articulação coletiva, onde podemos discutir e construir um espaço seguro de narrativas, levando em conta não só o corpo coletivo da rede, mas a subjetividade de cada participante, como uma pessoa pensante e atuante em todos os espaços.

A criação da Katahirine – Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas vem afirmar a importância de construir uma rede política de encontros, diálogos, pesquisa e reflete a urgência de repensarmos a maneira como reproduzimos nossa educação colonial como sociedade. O racismo e o machismo estruturais no Brasil afetam nossas vidas e apesar de sermos muitas mulheres originárias que representam suas cosmovisões por meio da linguagem audiovisual, é pouco o reconhecimento que temos e portanto, ínfima a valorização dos nossos trabalhos. Ainda hoje, precisamos enfrentar muitos desafios, também nessa área. Pensando nisso, corpos femininos indígenas e não indígenas se somam a esta iniciativa, em uma ação de luta comum.

Os Objetivos da Rede

Dentro dos nossos objetivos trabalhando com audiovisual estão a recuperação das memórias históricas, a reafirmação das identidades étnicas indígenas e a valorização dos conhecimentos de nossos respectivos povos. 

Queremos que a Rede ajude a nos dar visibilidade, queremos fazer parte das estatísticas para que possamos gozar dos editais de audiovisual, queremos e merecemos produzir nossos filmes com recurso. Nossos direitos devem ser assegurados na lei de incentivo de produção cinematográfica como qualquer outra produtora brasileira, em pé de igualdade.

Alguns de nossos propósitos são: a visibilidade das autoras e suas trajetórias, um canal onde nossas produções possam circular, ser um lugar de encontros e debates entre realizadoras e com diversos públicos, criando também possibilidades de atrair produtores e contatos para projetos. Organizar as mulheres indígenas como  corpo coletivo é fundamental para nossa luta e trabalho. Acreditamos que, como produtoras independentes ou coletivos, podemos nos unir para propor estratégias de fortalecimento do audiovisual indígena, atuando na proposição de políticas públicas que atendam a produção do cinema feito por nós. O cinema das mulheres indígenas sequer aparece nas estatísticas do cinema nacional e isto demonstra, mais uma vez, o descaso com as realizações indígenas. 

As Quatro Frentes de atuação da Rede

Coletivamente, foram definidas quatro frentes de atuação da Rede Katahirine. Todas as atividades que realizamos estão dentro de algum desses eixos. 


I – Fortalecimento da Rede Katahirine
As atividades do Eixo I foram pensadas para que a Rede se organize e se fortaleça por dentro de modo a consolidar sua existência e influência. Reuniões mensais com a Coordenação, o Conselho e as Articuladoras Locais fazem parte desse Eixo, assim como os encontros presenciais de Planejamento Estratégico

II –  Formação e estímulo à criação audiovisual
Este Eixo se dedica exclusivamente ao fomento da criação audiovisual das mulheres indígenas. O Prêmio Katahirine, por exemplo, é uma das ações desse eixo. Um edital feito por e para mulheres indígenas, que visa apoiá-las na elaboração de seus projetos. Além do edital interno, fazem parte desse eixo as oficinas de formação audiovisual nas aldeias, seja de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.

III – Formação de público

Já o Eixo III, visa estimular a distribuição dos filmes em mostras, festivais, circuitos universitários, redes de ensino, cinemas, plataformas de streaming e canais de televisão. É estratégico para maior reconhecimento e valorização da produção audiovisual das mulheres indígenas. Por meio de um setor na Rede Katahirine que atua diretamente na distribuição das obras, pretendemos impulsionar a presença dos filmes indígenas feitos por mulheres no cenário do audiovisual em nível nacional e internacional.


IV – Incidência política

O Eixo IV é voltado para a articulação e construção de parcerias com outros atores do campo audiovisual e participação de conselheiras em reuniões emblemáticas para influir em políticas públicas, financiamentos e desenvolvimentos dos projetos da Rede e do trabalho das realizadoras. Visamos a articulação com órgãos públicos, especialmente o Ministério da Cultura e dos Povos Indígenas, entidades representativas dos direitos das mulheres indígenas, educação e audiovisual.

O Conselho e a Curadoria

O Conselho e a curadoria da Rede Katahirine são formados por mulheres cineastas e pesquisadoras indígenas de diferentes etnias do território brasileiro e por mulheres cineastas e pesquisadoras não indígenas. A Katahirine, entendendo a necessidade de alianças para o fortalecimento de ações coletivas e/ou individuais das mulheres indígenas no campo da imagem (Audiovisual e Cinema) surge com o desafio de reunir estas ações dentro do site, uma plataforma que possibilita não só a exibição de seus conteúdos, mas a projeção de suas trajetórias.

O Conselho faz parte da curadoria da Rede e possui a missão de promover debates sobre os objetivos do grupo, estabelecer diretrizes para o desenvolvimento das atividades e promover a validação das decisões junto às participantes da rede. O papel do Conselho é garantir a participação indígena nas tomadas de decisão, como por exemplo refletir e elaborar os critérios da curadoria das cineastas e das obras. O Conselho e a curadoria são responsáveis pelo mapeamento inicial da rede e por admitir novos membros, com a liberdade de criar suas próprias regras de admissão. Qualquer mulher indígena que queira fazer parte da Rede terá que submeter o pedido ao Conselho. Para fazer parte, é necessário que a candidata seja uma mulher indígena e que responda um pequeno questionário para que o Conselho possa conhecê-la.

O Instituto Catitu

A Katahirine – Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas faz parte do projeto Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas foi concebido a partir da sólida experiência do Instituto Catitu com comunidades indígenas em formação audiovisual associada à formação política, que vêm sendo desenvolvida desde a criação do Instituto Catitu, como estratégia para o fortalecimento do protagonismo das mulheres e jovens indígenas na defesa de seus direitos. As oficinas de formação audiovisual foram pensadas para propiciar a inclusão das mais jovens às mais velhas, fortalecendo sua autoestima, o diálogo entre gerações e o reconhecimento dos saberes femininos. Para o envolvimento efetivo das mulheres indígenas, o Instituto Catitu desenvolveu uma abordagem e metodologia de formação audiovisual e política considerando seus modos de vida próprios e especificidades de gênero, num esforço para diminuir as barreiras que muitas vezes impedem sua participação. 

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