Sou educadora, escritora, doutora em História Social pela USP e aprendiz dos conhecimentos repassados pelas mais velhas e mais velhos. Pratico a pedagogia da afirmação indígena a partir das aprendizagens vivenciadas no território e fazendo o caminho das águas pelos rios de memórias e a partir das vivências indígenas feitas com Tanã/Atatuyky Mura e Lucas/Antorokay Mura. Em 2010 fui contemplada com o prêmio de intercâmbio cultural pelo MINC. Faço uso da atuação na academia, nas escolas, na música, no cinema, na literatura e História indígena como ferramenta de luta.
Sou autora dos livros: “O espaço lembrado: experiências de vida em seringais da Amazônia”, EDUA, 2013.; 2. Tecendo fios de memórias Mura e de outros parentes, PACHAMAMA, 2022; 3. O curumim do Rio do Machado, PDF, 2021. Faço parte de algumas coletâneas de literatura indígena, entre elas: “As 29 Poetas Hoje”, São Paulo, Companhia das Letras, 2021, “Álbum Biográfico: Guerreiras da ancestralidade”, Mulherio das Letras Indígenas, 2022, “Uma Antologia de Literatura Indígena – Originárias”, Companhia das Letras, 2023, “Wayrakuna: Polinizando a vida e semeando o Bem Viver”, UEPG, Ponta Grossa, 2023.
Fui contemplada pelo primeiro edital da Agência Pública de Jornalistas indígenas, por meio do qual escrevi a matéria “A Vida antes e depois das Hidrelétricas” publicada em português no Brasil e em francês em Paris e também resultou num minidoc. No campo do audiovisual dirijo dois mini docs.: “Mura em Marcha” (2021) e “A Vida Antes e Depois das Hidrelétricas” (2023).
No campo da música, participei da composição do cantor popular Iremar Antônio Ferreira e compus uma música chamada:“Memórias Cantadas” que foi gravada pelo Instituto Cultural Ajurí de Parintins na Voz de Márcia Siqueira. Na academia, sou pesquisadora, historiadora e oralista na perspectiva indígena. No território atuo como educadora e ao mesmo tempo aprendiz daqueles e daquelas que fazem roça e sabem dos saberes das águas, das florestas e dos seres que habitam esses espaços: vovós, vovôs, mãe, tias, tios, irmãs, irmãos, primas, primos, parentes afins. Por afinidades da grande floresta genealógica que apresentei na minha tese de doutorado, fazem parte das vivências coletivas no dia a dia nos espaços onde nós entramos: territórios em reivindicações e os demarcados, nas reservas extrativistas, nos antigos seringais, nas localidades ribeirinhas e na cidade.