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Narriman Kauane

Sou Narriman Kauane, do povo Fulni-ô. Sou co-fundadora do coletivo Thul’se Audiovisual, onde atuo na produção de vídeos, no gerenciamento de mídias sociais e na fotografia. Na pandemia, dirigi coletivamente o curta-metragem “Ethxô Nandudya” (2021). Também sou uma das idealizadoras da 1ª Mostra de Cinema Indígena Cine Comunaty, sediada na nosssa própria aldeia.

O Thul’se Audiovisual é um coletivo sem fins lucrativos, que atua na produção de filmes independentes, principalmente na linha documental. Realizamos filmes com temáticas voltadas ao nosso povo, que mesmo com tantos infortúnios mantém vivo seu idioma nativo, o yaathe, considerado como maior patrimônio e manifestação cultural, e ainda muito forte entre os Fulni-ô. Visamos o registro da cultura em suas distintas formas, incluindo as artes, representadas pelos artesanatos e pelas músicas, estas exibidas tanto com o toré, quanto com o samba de coco e com a cafurna.

O coletivo tem atuação na produção de documentários culturais, cobertura de manifestações políticas de interesse coletivo, e também já realizamos ações educativas de formação em audiovisual e em outras áreas de abrangência, como oficinas de artesanatos indígenas.

O grupo foi formalizado em 2019. Na época, manifestações contra a municipalização da saúde indígena ocorriam em todo Brasil. Ali fizemos nosso primeiro registro e divulgamos na nossa própria página, alcançando um número considerável de compartilhamentos e visualizações. Depois desse vídeo, continuamos a produzir e usar nossas redes como principal meio de divulgação dos materiais, como uma espécie de jornalismo ninja local.

Em 2020, com o surgimento da pandemia e a decadência do setor artístico-cultural, foi lançado o Edital Emergencial Cultura em Rede promovido pelo Sesc. Submetemos nossa primeira proposta de documentário curta-metragem, “O som dos pés” (2020), que foi contemplada. O filme teve repercussão a nível estadual, sendo exibido em diversos festivais e mostras em Pernambuco. No final do mesmo ano, o coletivo começou o processo de pré-produção do segundo curta-metragem, “Ethxô Nandudya” (2021), primeiro filme dirigido coletivamente, sendo lançado somente no ano seguinte. O filme teve o incentivo cultural da Lei Aldir Blanc Municipal.

Em maio de 2021, nosso grupo começa com o novo projeto, “Ya khê – Nossos corpos”, curta-metragem que fala sobre o racismo enfrentado por indígenas e suas lutas pela ocupação de espaços na sociedade. O filme foi uma produção que contou com incentivo cultural por meio do Edital Comunicadores Populares de Pernambuco. Durante esse mesmo período, o grupo executou o projeto “Memórias Fulni-ô”, por meio do projeto Sonoras Brasil, promovido pelo Sesc.

Abrindo as atividades de 2022, o grupo realizou a I Mostra de Cinema Indígena – Cine Comunaty, evento que contou com 4 dias de programação incluindo exibições, debates, oficinas e apresentações artísticas culturais, tudo a céu aberto, dentro do próprio território.

Para além das atividades de cinema, o coletivo tem promovido ações de formação de artesanato, a fim de conservar e incentivar as novas gerações na produção de artesanato. O projeto Yakhoodjo Exnedwa Neede Kletxatwa, nosso trabalho contado e cantado, foi um projeto de repercussão dos saberes tradicionais que propôs atividades integradas de contação de histórias, acompanhadas de cânticos tradicionais Fulni-ô, desenvolvido entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. A experiência foi tão positiva que decidimos incluir dentro do programa do Cine Comunaty uma oficina de artesanato para atender novos espectadores e dar continuidade àqueles que começaram no projeto anterior.

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